Lideranças das empresas e gestores de RH conheceram a cartilha que incentiva a capacitação e sensibilização de rodoviários para atenderem melhor usuários com deficiência e idosos
Fruto de uma interlocução com a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, o projeto “Inclusão, esse é o ponto” foi apresentado na sede do Rio ônibus, na última quarta-feira, 12. Lideranças das empresas, gestores de RH, Defensores Públicos, representantes da Sociedade Civil Organizada e o presidente do Sindicato, João Gouveia, participaram do evento, com a finalidade de promover a capacitação e sensibilização dos motoristas de ônibus em relação aos passageiros com deficiências, visíveis ou não, e idosos.
A cartilha apresentada pelo órgão faz parte de um planejamento de conscientização baseado em três etapas: visita institucional para entender as necessidades das empresas, encontro com as equipes de treinamento e recursos humanos e, por fim, realização de palestra, dinâmicas de grupo e entrega do material para os motoristas, principal público-alvo da ação. Na prática, a entidade promove uma comunicação entre os prestadores de serviço e os institutos localizados próximos a pontos de ônibus, que concentram grande parte dos usuários com deficiência.
“É um orgulho para nós recebermos a Defensoria aqui. Botar em prática a questão da inclusão, de termos uma visão mais contemporânea, é uma obrigação de todos nós, não só enquanto profissionais, mas enquanto cidadãos. Esse é o momento de conscientizarmos os motoristas de ônibus, demais rodoviários, lideranças e até usuários, em prol de um transporte público mais humanizado”, afirmou o presidente do Rio Ônibus, João Gouveia.
Pensando em conjunto pela Defensoria Pública e os familiares de pessoas com deficiências, o projeto, representado em uma história em quadrinhos, relata a história de um motorista de ônibus que, ao conhecer uma passageira com transtorno mental, recebe diversos ensinamentos sobre os desafios enfrentados por este grupo. Na sequência, além de promover um trajeto mais inclusivo e humanizado para outros usuários pcd’s, o personagem também repassa as lições aprendidas aos demais cidadãos com quem tem contato durante a viagem.
Para o Defensor Público Valmery Guimarães, que também é deficiente visual, a iniciativa não é uma capacitação técnica, mas sim uma ferramenta de transformação de atitudes. “O foco, a razão de ser desse projeto é uma tentativa de derrubar as barreiras atitudinais. Nós tínhamos um conceito médico que focava na doença e na limitação física, que foi substituído pelo conceito social. Nossa responsabilidade é de derrubar as barreiras que talvez sejam as mais perversas de todas, as que estão intrínsecas no comportamento daquele indivíduo”, finalizou.