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Rio tem mais duas empresas de ônibus em recuperação judicial

Secretaria Municipal de Transportes tem ciência das necessidades e da urgência de atendimento ao serviço, que apresenta queda de 50% no número de passageiros pagantes desde o início da pandemia

 

Mais duas empresas de ônibus entraram em recuperação judicial no Rio de Janeiro. O sistema está colapsado economicamente, enquanto aguarda ação da Secretaria Municipal de Transportes. Campo Grande e Penha Rio são a sétima e a oitava empresas obrigadas a solicitar o dispositivo jurídico para conseguirem suportar os prejuízos e manterem suas linhas atendendo a população. Desde o início da pandemia, quando a crise no setor se agravou, duas outras empresas fecharam direto (Acari e Estrela), sem nem tentar a recuperação.

Esta realidade de crise econômica é resultado de um modelo de contrato ultrapassado, que precisa ser reformulado para salvar as linhas de ônibus e o transporte coletivo urbano legalizado. Desde o início da pandemia houve redução de 50% no número de passageiros pagantes, única fonte de custeio de todo o serviço. As empresas não têm mais fôlego para se manter em operação, por isso os fechamentos e pedidos de recuperação judicial. Desde 2015, 16 empresas já fecharam as portas, duas durante a pandemia. Foram 7 mil rodoviários demitidos desde março de 2020 e um total de 21 mil ao longo dos últimos cinco anos.

Um agravante é o congelamento da tarifa há mais de 30 meses (metrô, trens e outras cidades seguem corrigindo tarifa), ao mesmo tempo em que o combustível aumentou em mais de 40%, bem como o preço do pneu e das peças de reposição. Mesmo fixada em R$4.05, a tarifa média recebida pelas empresas é de R$2,76, quando consideradas as gratuidades transportadas (idosos, deficiente e estudantes) e à segunda perna do Bilhete Único Carioca, que sai de graça para o passageiro dentro de intervalo de 2h30, mas não é custeada pela Secretaria Municipal de Transportes.

– A Prefeitura do Rio anda na contramão do que têm feito outras cidades do país e do mundo inteiro. A crise que o sistema vem enfrentando apenas se agrava. A secretária de Transportes sabe que soluções podem ser adotadas e sabe também que qualquer solução precisa ser colocada em prática com urgência máxima. O sistema não tem mais condições de sobrevivência sem aporte de recursos. A intervenção do BRT é a confirmação, já que foram aprovados repasses de R$133 milhões para o sistema assim que a SMTR passou a administrar os corredores expressos. Lembrando que o BRT transporta apenas 10% do volume do total de passageiros de ônibus. E como fica o atendimento aos outros 90%? – questiona o porta-voz do Rio Ônibus, Paulo Valente, que conclui – A SMTR condiciona qualquer ajuda ao setor à nova licitação da bilhetagem, o que poderá levar até dois anos até ser finalizado. Até lá, o setor de ônibus teria sido extinto e ocupado pelo transporte ilegal, que já opera irregularmente e livre de fiscalização, principalmente na Zona Oeste. Precisamos de ação imediata por parte do poder concedente. Pedimos que não deixem o sistema de transporte coletivo organizado acabar. O preço disso será muito alto para a sociedade – afirma Paulo Valente.

Sobre as novas empresas que passaram a operar em regime de recuperação fiscal, Campo Grande tem 200 ônibus na frota e opera 18 linhas; a Penha Rio tem 50 ônibus e opera três linhas. As outras empresas que já pediram recuperação judicial no Rio são Real, Expresso Pégaso, VG, Palmares, Paranapuan e Pavunense.

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