O setor de transporte por ônibus do Rio de Janeiro sofreu nesta segunda-feira (23/10) o pior ataque criminoso da história. Ao longo de todo o dia, bandidos atearam fogo em ônibus na Zona Oeste. Enquanto passageiros, desesperados, eram obrigados a sair dos veículos, o fogo se expandia para mais e mais bairros.
Ao todo, 35 ônibus foram incendiados, sendo 20 deles de consórcios filiados ao Rio Ônibus. As imagens, registradas pelos próprios passageiros e moradores da região, se espalharam pelas redes sociais. Flagrantes de pessoas atônitas, sem saber como chegar ao seu destino sem transporte. Nenhuma força policial foi vista nessas imagens tentando evitar o caos que tomou a cidade.
A falta de gestão do Estado diante desses episódios de violência extrema, consequência da morte de um bandido, é imperdoável. Não era difícil prever que uma ação contra criminosos provocaria alguma reação. Daí o nosso repúdio à forma como a segurança pública vem sendo gerida.
Os passageiros vêm perdendo o direito de ir e vir, nossos rodoviários saem de casa sem a certeza de retorno no fim do dia. E´obrigação do Estado obviamente, prover uma segurança que, infelizmente, mostra-se a cada dia mais frágil, permitindo a expansão de grupos criminosos.
Não existem ônibus disponíveis para compra imediata. São cerca de180 dias de espera, entre a aquisição e a entrada em operação. E, somente nesta segunda-feira, o prejuízo foi de aproximadamente R$ 30 milhões, que não são cobertos por companhias de seguro. Cada ônibus incendiado deixará de transportar cerca de 10 mil passageiros por mês.
Mais uma vez, quem perde é a população que depende desse modal para chegar ao trabalho, à escola, ao hospital. Os ônibus transportam mais de 70% daqueles que dependem de transportes públicos na cidade do Rio. Não há dúvida de que os moradores do Rio se indignam com essa situação e que precisam de mais segurança para viver. É preciso agir. É preciso dar um basta. Chega!