No início do século XX o cronista carioca João do Rio escrevia sobre as ruas. Eram elas que davam o tom das aceleradas mudanças observadas na capital do país. Para ele, as ruas eram a alma da cidade, uma alma encantadora que não mudou, especialmente no Rio de Janeiro onde a máxima “a vida acontece nas ruas” encontra a sua perfeita expressão.
Assim é com o movimento pela Tarifa Zero que ganha as ruas nas principais cidades do país fazendo subir a temperatura especialmente no calor do recente aumento de tarifa. Seria possível que as ruas e os empresários de ônibus estejam do mesmo lado? Por que as ruas pedem Tarifa Zero e os operadores de ônibus dizem sim?
As ruas pedem Tarifa Zero porque sabem que sem o peso da tarifa a acessibilidade é ampliada. A isenção tarifária no transporte permite que mais pessoas, especialmente as de baixa renda, tenham acesso facilitado a serviços essenciais, empregos e lazer, garantindo que todos possam se deslocar pela cidade, independentemente de sua condição financeira. Cabe lembrar que os contratos que garantem a remuneração do operador com base nos quilômetros rodados, melhor modelo de contratação para sistemas de Tarifa Zero, proporcionam a estabilidade e a previsibilidade que permitem ao empresário investir continuamente em qualidade, tecnologia e inovação.
Portanto, tanto as ruas quanto os operadores de transporte têm motivos sólidos para apoiar a Tarifa Zero, deixando claro que, no que diz respeito ao transporte público, existe uma convergência de interesses em prol de uma mobilidade mais justa e eficiente e o interesse público precisa prevalecer acima de qualquer divergência. É preciso atender ao chamado das ruas por mudança. Os operadores estão prontos, em gestão, tecnologia e transparência, para enfrentar o desafio. O que você pensa disso?
Jacob Barata Filho.
Diretor na Viação UTIL.