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Carta aberta ao prefeito Marcelo Crivella

Sr. Prefeito,

Vossa Excelência foi eleito em outubro de 2016 o administrador da nossa cidade. Com uma campanha que prometia “cuidar das pessoas”, conquistou 1,7 milhão de votos. Hoje, pouco mais de um ano depois, fazemos um apelo público para que seu slogan demonstre, de fato, preocupação com os 4 milhões de cidadãos que andam de ônibus todos os dias no Rio de Janeiro. E também com os 40 mil rodoviários que têm seus empregos ameaçados por conta do risco iminente de falência de várias empresas.(itálico e negrito)

Decisões unilaterais da Prefeitura, tomadas ao longo dos últimos anos, levaram o sistema municipal de ônibus a um grave e perigoso desequilíbrio contratual.
O congelamento da tarifa imposto por sua gestão em janeiro deste ano, assim como já ocorrera em 2013 – em flagrante desrespeito ao contrato de concessão assinado em 2010 – é, infelizmente, uma insegurança jurídica patrocinada pelo Poder Público.

A oferta de gratuidades a passageiros significa a criação de despesas que impactam o equilíbrio econômico-financeiro do sistema. Por exemplo, conceder passe-livre a universitários sem que a Prefeitura pague essa conta. Hoje, cerca de 40% dos usuários (1,6 milhão de passageiros) são transportados gratuitamente pelos ônibus.

Há dois anos sem reajuste da tarifa, a elevação do custo de insumos como o óleo diesel – que teve aumento aproximado de 18% somente em 2017 – é integralmente assumida por um setor já combalido financeiramente.

O mesmo ocorre em relação à climatização integral da frota, um compromisso assumido unilateralmente pela Prefeitura, sem que as empresas de ônibus tenham sido consultadas. Somos favoráveis a esse processo, desde que haja fonte de custeio para o investimento.

A situação é agravada pelo estímulo ao transporte clandestino de passageiros por meio de vans e Kombis, frequentemente à margem da lei e da fiscalização.
O cenário de colapso que vem sendo anunciado desde o início do ano já é uma realidade não só para as empresas – que, além do congelamento da tarifa, enfrentaram duas reduções no valor da passagem determinadas pela Justiça – mas principalmente para o passageiro, que vê a qualidade do serviço se degradar dia após dia.

O resultado dessa sequência de desacertos são empresas no fundo do poço: sete delas já encerraram suas atividades e pelo menos outras 15 estão prestes a paralisar suas operações.
São dezenas as empresas que perderam a capacidade financeira para honrar compromissos trabalhistas com a categoria, como o pagamento de salários e do 13º.

A recente decisão da Câmara Municipal que impõe o retorno dos cobradores aos ônibus representa um retrocesso em relação aos avanços obtidos com a bilhetagem eletrônica, que serve como ferramenta de controle e assegura os níveis de transparência exigidos pela sociedade. Ter menos dinheiro em circulação nos ônibus colabora para pôr fim ao mito da caixa-preta.

Em nome das 38 empresas consorciadas, o Rio Ônibus apela publicamente para que o prefeito Marcelo Crivella se disponha a participar de uma avaliação técnica e transparente sobre a situação. À Justiça caberá decidir sobre acusações de irregularidades ocorridas no passado, envolvendo tanto o setor de ônibus quanto agentes públicos. Mas, juntos, poderemos dialogar em busca de melhorias para o sistema adotado por 70% dos usuários de transporte público do Rio e evitar, assim, que milhões de cidadãos sejam prejudicados.(itálico e negrito)

Claudio Callak
Presidente do Rio Ônibus

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